Impôr o português como língua única, mudar a capital da Bahia para o Rio de Janeiro, dar liberdade aos ameríndios e expulsar os jesuítas do território. Essas foram algumas das medidas de grande impacto implementadas por Sebastião José de Carvalho e Melo, o chamado Marquês de Pombal, durante os anos de 1750 a 1777, período em que foi ministro do rei portugês D. José I.
Essas ações e reformas pombalinas estão em foco do livro “O Marquês de Pombal e a Unificação do Brasil” (Editora Temas & Debates, 248 pág.), de autoria do professor do Departamento de Letras da Universidade Federal de Sergipe, Luiz Eduardo Oliveira, e do historiador português José Eduardo Franco, com prefácio de Kenneth Maxwell. A obra busca na figura do Marquês uma chave importante para compreender a unificação, futura independência e a complexidade do Brasil atual.
“A reforma administrativa civil que visava garantir a soberania do Estado em todo o território, o fim dos aldeamentos missionários autónomos administrados por religiosos, o estabelecimento das bases do ensino público, e a criação da companhia monopolista para o Grão-Pará e Maranhão são algumas das medidas políticas josefino-pombalinas que impediram a fragmentação política do imenso território que passou a designar-se como brasileiro”, explicam os autores.
O livro foi lançado em Portugal, no último dia 17 de julho, no Salão Nobre da Universidade Aberta – instituição com a qual a UFS tem convênio –, e pôde ser acompanhado de forma digital. A apresentação da obra foi feita por Rui Tavares, historiador e deputado da Assembleia da República de Portugal. “A unidade do Brasil é o caso de um fato que busca uma teoria. E é demasiado interessante a tese de que o Marquês de Pombal seja nisto uma peça-chave”, comentou Tavares.
“A política colonial dirigida sob a batuta do rei D. José I e do seu primeiro-ministro Sebastião José de Carvalho e Melo foi fundamental para a construção do Brasil que hoje conhecemos, sendo precursora do sucesso da sua autodeterminação proclamada no século seguinte, no ano de 1822, com o simbólico grito do Ipiranga de D. Pedro”, arrematam os autores.
Pombal e Sergipe
Durante o evento, o professor Luiz Eduardo Oliveira, diretor da Cátedra Marquês de Pombal (ITP/ UFS), apresentou a conferência “Pombal e o projeto do Brasil de uma só língua: o caso da aplicação da Lei do Diretório em Sergipe d’El-Rei”, destacando como a legislação pombalina afetou o nosso pequeno estado e modificou a paisagem social da época, especialmente no diz respeito ao povos indígenas.
Ascom UFS